Na segunda-feira, 24 de junho, o dólar iniciou a semana valendo R$ 5,43. Já no dia 1º de julho, a moeda americana fechou a R$ 5,65, revelando uma alta expressiva. Além da velocidade impressionante dessa escalada, surgiram questionamentos sobre os motivos da valorização do dólar e a perda do poder de compra do real em comparação com outras moedas. Além do dólar, o euro ultrapassou os R$ 6,00 e a libra os R$ 7,10.
Na semana em que o real brasileiro completa 30 anos, diversos problemas econômicos internos e externos fizeram com que a moeda brasileira se tornasse uma das que mais perderam poder de compra no mundo. Essa situação preocupa os especialistas, que observam o futuro com apreensão.
Risco Fiscal
O Brasil registra gastos superiores à arrecadação, juntamente com o aumento de impostos que desacelera a movimentação do dinheiro, acumulando desconfianças no mercado investidor e consumidor. Esse cenário reduz o crescimento econômico a longo prazo.
Ruídos
Declarações do Executivo reverberam diretamente a curto prazo, causando insegurança e instabilidade ao tentarem entender novas notícias e declarações que surgem sem aviso prévio. Há também o medo dos investidores estrangeiros em relação ao risco Brasil.
Estados Unidos
Externamente, os juros elevados nos Estados Unidos, para conter a inflação, atraem grande parte do capital global, dado que a economia americana é sólida e sua moeda é forte. Isso pressiona todas as outras moedas a se desvalorizarem, forçando os demais bancos centrais do mundo a aumentarem suas próprias taxas de juros para equilibrar a balança cambial.
Análise
Muitos esperam a decisão de corte dos juros americanos para aliviar as pressões cambiais globais, mas as expectativas do mercado indicam que esses cortes só deverão ocorrer ao final de 2024, prolongando o período de dólar alto. Contudo, de acordo com o economista Lívio Ribeira, sócio da BRSG Consultoria e autor do modelo econométrico que calcula a formação do preço do dólar, mais de 80% da desvalorização do real no primeiro semestre de 2024 é atribuída a causas domésticas. Isso é evidenciado pelo fato de o real estar entre as moedas que mais se desvalorizaram no mundo. O economista conclui que a alta não é fruto de especulação cambial e que o Banco Central do Brasil enfrentará maior pressão para intervir no mercado, impedindo uma piora.
Outro problema associado à escalada do dólar é a inflação, que, no acumulado dos últimos 12 meses, ultrapassou os 4%, aumentando a possibilidade de o Banco Central elevar os juros brasileiros novamente. Diante dos fatores mencionados anteriormente, não há expectativa de queda do dólar a curto e médio prazo. É sempre importante lembrar que esta é uma fotografia das causas atuais, sendo essencial acompanhar as movimentações econômicas ao longo do tempo.
A variação cambial, como analisado anteriormente, é influenciada por diversos fatores, tornando difícil prever a cotação futura. Há possibilidade de o dólar ultrapassar os R$ 6,00 ou cair abaixo dos R$ 5,00, com tendências variando mensalmente. O que resta é aguardar e estar preparado para todos os cenários possíveis.
Este site não recomenda nenhuma ordem de compra ou venda, oferecendo apenas análises para fins educacionais.